O Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) recebeu, em dezembro, um seminário sobre o uso seguro dos medicamentos com o tema “Reconciliação da Terapêutica”, cujo objetivo foi refletir sobre práticas seguras em ambiente de prestação de cuidados de saúde, nomeadamente a utilização de ferramentas para garantir a reconciliação terapêutica.
A sessão, dirigida aos profissionais do CHBM e do ACES Arco Ribeirinho, começou com a conferência inaugural da Prof.ª Dr.ª Leila Miriam Sales, da Escola Superior Saúde da Cruz. Seguiram-se as apresentações da perspetiva do contexto hospitalar sobre a reconciliação terapêutica, pela Dr.ª Ruth Feio do Serviço de Medicina Interna, Dr.ª Lígia Santos do Serviço de Cirurgia Geral e Dr.ª Rute Miranda dos Serviços Farmacêuticos, terminando com a perspetiva dos Cuidados de Saúde Primários, apresentada pelo Dr. David Fontinha e pelo Dr. André Seixo, da USF Lavradio.
A reconciliação da medicação é um processo que contribui para manter atualizada a lista da medicação de cada doente, bem como outras informações importantes, nomeadamente reações adversas a medicamentos (RAM) e alergias, evitando discrepâncias entre a sua medicação habitual e a medicação instituída em cada momento de transição de cuidados (admissão e alta hospitalar, transferência intra/inter instituições hospitalares e ao nível dos Cuidados de Saúde Primários na consulta após alta hospitalar). A educação dos doentes deve ser também um foco prioritário no processo de reconciliação da medicação.
Este Seminário contou com a participação de 42 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos.
Considerando que o uso seguro de medicamentos se constitui como um objetivo estratégico para a segurança do doente foi nomeado no CHBM, em 2015, o Grupo de Trabalho para o Uso Seguro do Medicamento, que tem vindo a trabalhar no sentido de apoiar boas práticas de segurança da medicação, com base no Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2021-2026, com nova publicação através do Despacho n.º 9390/202124 de setembro de 2021 e nas Normas da Direção-Geral da Saúde.
O Plano Nacional para a Segurança dos Doentes, que tem por objetivo consolidar e promover a segurança na prestação de cuidados no sistema de saúde, em particular no Serviço Nacional de Saúde (SNS), constitui-se como uma ferramenta de apoio a gestores de topo, lideranças intermédias, Comissões de Qualidade e Segurança, gestores de risco e profissionais de saúde em geral, exigindo um envolvimento ativo de responsabilidade de governação, coordenação e operacionalização nos diferentes níveis de cuidados, de modo a aumentar a segurança da prestação de cuidados de saúde, tendo presente o foco no doente e seus cuidadores. Define no Pilar 5, como Objetivo Estratégico 5.1, implementar e consolidar práticas seguras em ambiente de prestação de cuidados de saúde. Pressupõe a Promoção da utilização de ferramentas digitais para práticas seguras nomeadamente relativas à segurança da medicação e reconciliação terapêutica.